Maceió

Chegamos em Maceió já no final do dia. Viemos parando para conhecer o litoral sul e eu tinha a curiosidade de conhecer a Praia do Francês. Sempre me falaram muito bem do local e queria ver. É um local bonito, mas sinceramente não me impressionou tanto assim. Esperava aquela cor maravilhosa do litoral alagoano. Mas valeu a pena.

Foto - ©fernandaazzolini

Foto - ©fernandaazzolini

Foi, durante toda a viagem pelo litoral, a cidade que mais tarde chegamos. E para piorar chegamos em busca de um hotel, não tínhamos conseguido uma reserva antes, não era originalmente nosso plano dormir lá. Rodamos bastante, ligamos com base no Guia Quatro Rodas e tudo lotado. Precisávamos de um hotel que tivesse garagem , afinal de contas estávamos com o carro cheio de tralha da mudança além dos presentes de natal da família da Fê.

Depois de muita andança conseguimos um local caro (R$180,00) para quem só iria fazer um pernoite, mas foi o que conseguimos - Pajuçara Praia Hotel.

Chegamos cansados, afinal havíamos passado todo o dia na estrada, assim, a idéia foi procurar um local próximo para comer e dormir.

Jantamos num local próximo ao hotel que muito nos agradou. Tanto a comida quanto o serviço de ótima qualidade (www.imperadordoscamaroes.com.br ). O nome do prato é engraçado mas a comida é show - chiclete de camarão. Voltamos para dormir satisfeitos.

A saída no dia seguinte foi debaixo de muita chuva, o que prejudicou um pouco a idéia de conhecer as praias ao norte de Maceió.

Local onde jantamos. Excelente comida

paisagem comum

Algo que fica chato no trecho entre o Sergipe até o norte de Alagoas são os infinitos canaviais. O pior é quando se pega um caminhão carregado pela frente, aí é que incomoda bastante porque, como a pista é mão dupla, fica-se horas esperando uma oportunidade de melhor ultrapassagem. Esse tipo de coisa afeta muito qualquer planejamento de viagem. Falta muita estrutura para se viajar carro no Brasil. É lamentável.

A Fernanda quis fazer umas fotos, mas como não tínhamos tempo de sobra para ficar fazendo as fotos o resultado foi pobre. Ela ficou bastanate chateada com as fotos dela.

Além dos canaviais, outra paisagem típica da região são coqueirais. Muitos durante todo o trajeto.

Também a partir de Alagoas, quando começamos a sair da Br para buscar estradas litorâneas até nossos destinos, uma preoucupção constante era com animais na pista e carroças.

Foto - ©fernandaazzolini

Por fim, algo a mais para se lamentar, e que se pode dizer comum no que vimos litoral acima foi a quantidade de lixo deixado nas praias. Assim como há lixo também podemos dizer que não há lixeiras disponíveis na linha de visada. Ainda que um erro não justifique o outro, percebemos que a falta de educação e respeito é mútua: cidadão - poder público - cidadão. E ninguém cobra ninguém assim como ninguém fiscaliza ninguém.

Lixo na praia - foto - ©fernandaazzolini

Sujeira na praia e nenhuma  lixeira a vista

Penedo

Penedo foi declarada cidade em 1842, mas sua origem como vila remonta ao século XVI.
Assim que desembarcamos na balsa fomos dar uma volta de carro no centro histórico. Muitas igrejas,  e o que mais nos chamou a atenção foi para a Igreja de Nossa Senhora da Corrente com um incrível falmboyant florido a frente. A igreja é tombada pelo IPHAN e demos a sorte de poder visitá-la.
O único porém nessa viagem a Penedo foi que descobri ao final do dia, baixando as fotos no computador, que havia esquecido selecionado na máquina para tirar fotos de baixa qualidade no dia anterior e não havia mudado isso. Enfim, todas as fotos que tirei de Penedo não poderei aproveitá-las futuramente caso eu assim quisesse. Fiquei muito P. da vida. Agora terei de voltar em uma outra oportunidade e torcer para que a árvore esteja florida igual dessa vez.

Vista de Penedo (chegando de balsa pelo rio São Francisco)

Igreja de São Gonçalo Garcia no centro histórico de Penedo

Prefeitura do município de Penedo

Igreja de Nossa Senhora da Corrrente e o incrível flamboyant a frente.

Interior da igreja de Nossa Senhora da Corrente

Flamboyant - foto by ©fernandaazzolini

De Aracajú em direção a Maceió

Com a desistência de seguir mais um dia em Aracajú por conta do mal tempo (decisão tomada na estrada tentando chegar a Mangue Seco) resolvemos seguir até Maceió e pernoitar por lá, aproveitando para tentar conhecer o litoral sul de Alagoas..

No trajeto vi que poderíamos passar pela foz do São Francisco e assim tentamos.
Inicialmente fomos brindados com um engarrafamento monstro por conta da obra na ponte sobre o rio Sergipe. Perdemos um bom tempo de viagem ali. Isso, somado ao fato de termos saído tarde do hotel, começou a complicar o trajeto. Ainda dei sorte, porque logo após eu começar a travessia do rio, o carro que me seguia enguiçou no meio da ponte, isso sem chance de alguém ultrapassá-lo. Deve ter causado um tumulto muiiito grande pra quem ficou pra trás.

Nesse trajeto logo após a saída de Aracajú, o que se vê bastante são as barraquinhas na beira da estrada vendendo caranguejo e frutas.
Outra paisagem comum, mas essa diria que nos acompanha desde o norte do Espírito Santo, são os acampamentos do MST na beira da estrada. Em muitos deles nós não percebemos uma viva alma perambulando. O que impressiona são as condições de quem vive ali e a quantidade razoável de acampamentos que vimos.

Saímos da Br e rodamos muito por cidades pequenas tentando chegar ao rio (a foz do rio) mas nada (Brejo Grande, Ilha das Flores). Para se fazer um passeio que leve até a foz acho que só de barco. Não vi nada que me levasse até lá de carro. Sem falar que informações turísticas para isso é quase uma busca ao tesouro. Para não perdermos mais tempo resolvemos abandonar a busca pela foz do Rio e seguir subindo. Interessante nas cidade que passamos é o costume de se podar os arbustos em formas geométricas ou como este da foto abaixo. Esse tipo de coisa vimos em várias cidade que passamos.

Brejo Grande

Decidimos deixar a foz pra lá e voltamos a subir em direção a Maceió. Para sair do óbvio (pegar a Br onde havíamos saído), resolvemos fazer a travessia do São Francisco entre as cidades de Neópolis -SE e Penedo - AL. A travessia de balsa do tio Chico até Penedo, cidade histórica já do lado Alagoano é bem rápida, e custa algo em torno de 20 reais por veículo.

Balsa que liga Neópolis SE a Penedo AL

Local de saída da balsa em Neópolis - SE

De Salvador a Aracaju - Rota Verde II

Saindo da Praia do Forte reiniciamos a viagem com destino a Aracaju. Pela distância e condições da estrada vimos que não poderíamos mais parar o tanto que gostaríamos. Assim, não paramos na área da Costa do Sauípe para conhecer, vai ter que ficar para uma próxima vg.

No caminho vimos a sinalização para Mangue Seco e ficamos tentados a ir conhecer. Acabei entrando na estrada que dizia levar até lá e foi interessante. Sinalização... não posso dizer que havia. Depois que sai da principal onde se tem a direção pra Mangue Seco não há mais nada. A estrada tem uns 3Km de asfalto e depois terra. Em alguns trechos é areia mesmo. Pelo que vimos estão tentando melhorar, havia uma máquina para alargar e terraplanar a outra metade da estrada, mas isso deixando ainda sem asfalto. Até aí beleza. Bom, ao final do trajeto nos deparamos com uma placa que dizía levar até Mangue seco e paramos para perguntar. Para lá tem que se pegar um barco (pequeno) e seguir para a região de dunas. Pelo avançar da hora deixamos para o dia seguinte. Resolvemos seguir até Aracajú e, conforme fosse, voltaríamos no dia seguinte para conhecer Mangue Seco. Outro lance interessante que vimos no caminho e é uma pena não termos próximo de casa foi a venda de ovos e galinha. O preço é algo surreal.

Estrada para acesso aos barcos que levam a Mangue Seco que está sendo duplicada.

Local para estacionar o carro e pegar o barco até Mangue Seco

Antes de chegar em Aracajú demos uma entrada numa cidadezinha que fica bem colado a Br chamada Indiaroba. Típica cidade interiorana, pessoal batendo papo na calçada em frente de casa, bem legal o lugar. A cidade tem o Rio Sergipe passando a seu lado e aproveitamos para tirar mas fotos do pessoal local navegando nas suas típicas embarcações pelo rio.

Chegamos em Aracajú no final da tarde. Pôr do sol deixou o céu bonito. Uma pena que não pude curtir muito porque estava na direção e como era fim de tarde o trânsito estava louco.

O Hotel Ibis igual a todos os Ibis. Bom que fica próximo a um shopping grande, o que dá oportunidade de realizar alguma compra emergencial.

No dia seguinte acordamos cedo e partimos para Mangue Seco, mas como nem tudo ocorre como planejamos, o dia amanheceu feio e no caminho antes de sair da Br e pegar a estrada de terra resolvemos voltar. Não valeria a pena tentar chegar e ir para uma região de dunas e praias debaixo de chuva. Sem falar que havía trechos consideráveis com areia que teríamos que passar com um carro que não é 4x4. 

Ao voltarmos a Aracajú decidimos levantar acampamento e seguir com destino a Maceió. E assim foi feito.

De Salvador a Aracaju - Rota Verde

Não foi bem o que havíamos planejado, na verdade a idéia era entrar país adentro e ir fazer um passeio de barco pelo Rio São Francisco em Paulo Afonso, mas fui convencido no bate papo com um taxista a fazer o trajeto via litoral, rumo norte,  na rota verde. Assim, resolvi fazer a parada para pernoite em Aracaju (consegui reservar no Ibis), de maneira que, saindo cedo de Salvador, eu poderia ir parando onde fosse conveniente e chegar no hotel de destino durante o dia ainda.

 Nossa primeira parada foi em Itapuã. Paramos próximo ao farol para umas fotos.

 Dali saimos para pegar a tal rota verde e, partindo de Itapuã para lá, acabamos pegando foi um engarrafamento monstro num lugar chamado Teixeira de Freitas. Perdemos muuuuiiiiiito tempo ali. O tumulto de trânsito causado pelo excesso de carros, falta de planejamento urbano e falta de educação de quem dirigia. Nada do que não estamos acostumados nesse país.

Enfim, ao alcançarmos a tal rota verde, eu esperava uma estrada melhor, duplicada, mas ...

Rota Verde

Pelo tempo perdido até chegar na Rota Verde, percebemos que não poderíamos mais parar em qualquer lugar, infelizmente. Nosso principal ponto de parada, definido na noite anterior, era conhecer o Projeto Tamar (http://www.tamar.org.br/base.php?cod=17)  na praia do Forte, e assim nos dirigímos direto até lá sem tentar conhecer nada no caminho.

Uma vez que se sai da estrada principal e se dirige para a praia do forte a sinalização é meio confusa. Tivemos que sair perguntando par encontrar o local de parada (estacionamento) e onde era o Tamar. Muito disso porque havia também bastante obra nos caminhos de acesso a praia, mas apesar disso valeu. O local é muito bonito. Não só a praia é demais, mas a estrutura da áreal é dez. No caminho do estacionamento até o Projeto Tamar caminhamos aproximadamente uns duzentos metros ( sei lá, chute)  passando pelo comércio local, tudo muito legal e organizado.

O Projeto Tamar é muito bacana. Para quem tem filhos é uma oportunidade ótima para ver e aprender com o Projeto. Vale muito a pena uma visita. A Fernanda que é uma criança grande ficou maravilhada.

Após a visita no Tamar e umas compras na lojinha de lá, saímos para almoçar por ali. Não era a idéia inicial, mas com o tempo perdido na saída de Salvador, não tivemos escolha. Mas foi bom porque, como disse anteriormente, a estrutura do local ajuda. Na procura por um restaurante, pensávamos em comer um peixe grelhado ou algo assim, acabamos encontrando uma risoteria muito aconchegante e não resisitimos. Tudo muito bom, comida, ambiente e tratamento.

Sinceramente eu quero muito voltar a Praia do Forte, só que com mais tempo para poder curtir. Esse dia foi bom, mas foi corrido e o local merece mais tempo para desfrutar.