Depois de 32 anos de serviços
prestados chegou a hora de ir embora. O momento agora que vivo é de grande ansiedade,
mas o interessante é que não estou vivendo nada parecido com saudosismo,
tristeza por deixar amigos no trabalho ou coisa parecida. Chega a ser estranho,
mas o que vivo agora é um misto de desespero para que acabe logo, para que eu
possa dar seqüência a essa nova etapa da vida. Ainda por esses dias participei
de uma apresentação/palestra exatamente sobre isso, onde foi reunido um grupo
de pessoas que estavam próximas da aposentadoria para nos incentivar a
participar de um curso preparativo, com foco em trabalhar a mente de modo a iniciar
o processo de desligamento gradual da dependência da rotina de trabalho, o que
em muitas vezes é motivo de depressão pós aposentadoria. Vi ali, durante a
apresentação, alguns já com sentimento de melancolia, uns bastante preocupados
com o que virá dali em diante. Sinceramente me senti um peixe fora d’água.
Estou tão tranqüilo com o virá pela frente, já vi tanta coisa que pretendo
fazer daqui pra frente que já começo a ficar preocupado se terei tempo para
tudo isso. Rsrsrs.
O que vivi ao longo de todos esses anos na profissão foram maravilhosos. Pude realizar um sonho de infância que
era voar na Amazônia. O trabalho me deu oportunidade de conhecer gente muito
bacana, lugares sensacionais no país e fora do país, mas o mais emocionante. lugares aqui onde muito poucos brasileiros puderam
estar. Conheci um Brasil que o “Brasil” não conhece. Tive a oportunidade de
fazer a diferença em muitas oportunidades voando esse Brasilzão. Muitas
estórias pra contar. Logicamente que teve seus momentos ruins, gente que não
vale a pena, mas isso não importa. O que vale mesmo é o que vivi de bom. Muito
disso nas asas da Força Aérea.
Bom, falta um pouco mais de dois
meses para que eu alcance a tão sonhada alforria. Sonhada porque quero
aproveitar o máximo que puder meu tempo que estará de certa forma livre de
compromissos. Não pretendo mais me envolver profissionalmente com nada. Virar
um vagabundo? Quase isso. Rsrsrs. Na verdade eu acabei tendo a certeza de que
deveria me esforçar em aproveitar meus próximos anos após meu acidente. Não dá
para ficar adiando planos de aproveitar a vida se ela, de um dia para o outro,
pode simplesmente te dar um game over.
E assim, vamos aquecendo já para o que será o primeiro grande evento de
alforriado 2017 – mudança! ( nããããããooooo! Eu odeio mudança!!!!!!! Mas essa não
tem jeito)
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