Paixão por avião parte III

Esta fase de montar aviões e tirar foto de aviões nunca passou em minha vida. Apesar do tempo, lá se vão uns 35 anos, ainda tenho paixão pelas fotos aeronáuticas e pelo plastimodelismo.Pelo menos na primeira acho que me saio melhor que na segunda. Para falar a verdade com tantas mudanças na minha vida fica difícil me dedicar ao plastimodelismo, mas pelo menos continuo estocando kits. A hora em que eu me aposentar terei bastante trabalho e acho que talvez consiga melhorar a qualidade da montagem (assim espero, tenho que acreditar).

Parte do que está na fila para montagem.

Fotografia foi outro hobby que nunca abandonei, e hoje digo que curto momentos especiais quando fotografo. Assim como no plastimodelismo o meu trabalho deixa muito pouco tempo para me dedicar e tentar melhorar a técnica, mas com a proximidade da aposentadoria acho que também poderei ter tempo suficiente para tal. Segue algumas fotos bem melhores daquelas que fiz quando moleque no Galeão.

SC-130M com Modular Airbone Fire Fighting System 

P-3AM Orion

F-5M Tiger

Bom, mas voltando ao tema avião, essa paixão eu não cultivei só nessa área de plastimodelismo e fotografia não, acabei ingressando num curso na cidade onde morava, Curso DESSI, para tentar a "carreira aviatória" sendo que, em outubro de 1984, acabei passando para o concurso da Escola Preparatória de Cadetes do Ar - EPCAR, em Barbacena - MG. Foi início de um sonho.

Ingressei na Escola em 1985, após uma batalha de exames médicos e testes físico e psicotécnico, e consegui seguir carreira militar. Desde aquela época meu sonho de consumo em matéria de avião era o tal Buffalo, da canadense De Havilland. Não sei porque mas aquele avião vivia na minha mente. E também não sei como, mas meu sonho era um dia poder voar essa aeronave, e na Amazônia. Pois bem, depois de 3 (tres) anos na EPCAR, 4 (quatro) anos de Academia da Força Aérea -AFA - para me formar piloto militar, 1 (um) de especialização em Natal, e 2 (dois) de aviação de Ataque, meu coração ainda era do Buffalo na Amazônia, e resolvi brigar. Naquela época fui mendigar uma lugar na Unidade que voava o avião em Manaus e, depois de uma peregrinação no Rio, consegui cavar minha vaga. Só posso dizer que se seguiram anos maravilhosos e de realização profissional total na minha vida. Fui muito feliz no 1º/9º Grupo de Aviação em Manaus e aprendi muito naquela Unidade (Esquadrão Arara). Mas como a vida é repleta de situações que deixamos às vezes fugir de nosso controle, acabei por deixar o Esquadrão depois de maravilhosos seis anos.

A vida continua.

De Havilland Buffalo (DH C-5) - nesta foto eu com meu amigo Beça sobrevoando o Solimões. Foto do também amigo Alexandre Durão

Paixão por avião parte II

Como havia comentado anteriormente, ainda tenho restos de alguns modelos que montei na minha infância. E só os tenho porque meus pais conseguiram a façanha de guardá-los por anos enquanto eu fazia escola fora e me mudava daqui pra ali  e de lá pra cá constantemente.  

Nã tenho certeza qual foi o primeiro, mas acredito que o Boeing 727 da antiga Cruzeiro do Sul tenha sido meu primeiro modelo montado sozinho, sem a ajuda do meu pai (meu pai havia me ajudado antes com um na escala 1:144 anos antes). Pelo menos é o que vem na memória primeiro. Depois o 707 da Varig. Daí por diante seguiram vários outros, sendo que me lembro bem de um que namorei por muito tempo na loja e minha avó, no meu aniversário,  fez o favor de me ajudar a  comprar, um C-130 Hécules da Força Aérea Brasileira. Era uma loja que lembro vender de tudo, até panelas, que ficava na rua Montecaseros em Petrópolis - RJ, cidade em que vivi boa parte de minha vida. Mal podia imaginar que anos mais tarde, eu viria a ser piloto de tal aeronave.  Também possuo os restos mortais do modelo, muito mal montado e pintado obviamente, mas que traz ainda a bolacha (símbolo pintado) do 1º/1ºGT,  Esquadrão a qual deveria pertencer à época a aeronave matrícula FAB 2456  ( voei esta aeronave, mas quando o mesmo pertencia ao 1º GTT, baseado na Base Aérea dos Afonsos).

Kits montados com foto datada de 1980

O que restou dos primeiros kits que montei quando criança. Revell Brasil

Kit Revell do C-130 FAB 2456 com decalque do 1º/1ºGT. Kit montado lá por 1980/1981. Revell Brasil.

Lembro ainda que nessa loja que vendia kits havia um do Catalina (PBY-5 Consolidated Catalina) que eu era doido para ter. Infelizmente, como erámos desprovidos de uma situação financeira favorável (aprendendo a ser politicamente correto), eu só podia namorar o kit na loja.
Agora loja mesmo em Petrópolis era a CASA SEABRA. O que que era aquilo!!! Eu passava horas ali namorando os kits.  Essa loja também era a minha preferida na hora de comprar meus "botões" do jogo de futebol de mesa. A única coisa que não gostava muito na loja é que a dona que atendia eu a achava meio grossa. Coisa de moleque.
Eu tinha muito ciúme dos meus aviões e, por incrível que pareça, meus colegas de infância eram mais zelosos com meus modelos que os adultos que por vezes queriam mexer neles. Tive que remontar (colar) várias vezes hélices, trem de pouso e etc..
Nessa época, para sair de Petrópolis e ir ao Rio de Janeiro era um evento. Uma viagem e tanto. Lembro que meu pai tinha uma fusca bege e que aos domingos ele me levava ao aeroporto do Galeão para assistir o concorde pousar e decolar. Coitado, devia ser um sacrifício legal para meus pais porque o avião chegava as duas da tarde e só decolava por volta das 19:00h. Ficávamos esse tempo todo lá no extinto terraço panorâmico do Galeão. Eu tirava fotos e me achava o máximo. Eram fotos horrorosas, mas eu me achava. Sinceramente não sei se existem outras fotos da época, mas estas foram as que encontrei. Tenho quase certeza que deva haver outras de uma qualidade pouco melhor, não é possível que eu não conseguisse algo melhor que isso. Tenho que ver com meus pais, deve estar em alguma gaveta deles.

Na última foto à direita ainda se vê o Concorde estacionado. É só fazer uma forcinha que dá para ver que temos um 737-200 da Cruzeiro do Sul na 1ª foto e o 747 com pintura da TAP  na outras.

Manaus - Você merece uma cidade melhor

O título eu copiei do slogan da prefeitura de Manaus. Não podia ser melhor. Realmente quem vive aqui mereceria viver em algo melhor, mas infelizmente, o que parece para quem vem  de fora e convive um tempo aqui é que tanto governo local quanto população não estão tão interessados nisso. Do lado do povo observo um comodismo absurdo, uma falta de vontade em exigir mais do que lhes é oferecido, se é que podemos dizer assim. Do outro lado, é nítido o interesse em colher, sugar, aproveitar-se do $ público. São tantas as manchetes de enriquecimento, corrupção, favorecimentos, enfim, tanta coisa podre que só não enxerga quem não quer. Rola muita coisa neste Estado. Arrecada-se muito, mas não se vê investimento, transparência nos investimentos, comprometimento com a população, com a cidade, ... mais fácil mostrar através de algumas fotos.

A capital do Amazonas é uma cidade no geral suja. Pode ser por conta da "educação" do povo, quanto pela falta de investimento na área de limpeza urbana (investimento em educação nem se fala). O povo realmente estrapola no que diz respeito a não manter ou procurar manter a cidade limpa. E esse tipo de coisa se observa nas várias camadas sociais. Assim como se vê bairros de clase C e D  imundos, a gente vê carrões e gente da classe A e B jogando seu lixo pelo vidro do carro ou num simples caminhar largando sujeira nas calçadas.

Lixo - Lançado por carro ou pedestre, não importa, ele está lá o ano inteiro.

Calçada decente é outra coisa rara de se observar na cidade. Em sua maioria o calçamento para pedestre é deplorável.  Acho que até por isso o pedestre aqui na cidade tem por hábito caminhar dividindo espaço com veículos na rua. Um grande perigo. Quando há calçamento em condições, os veículos ou os moradores/lojistas fazem questão de utilizá-los em detrimento do povo. É tamanha a falta de respeito que dá vontade de aloprar e sumir daqui, porque ninguém faz nada. é normal e natural para eles! Um absurdo!

O lamentável é ver que, quando o calçamento existe, o pedestre também não o utiliza. A cidade é um pouco do que se pode dizer caos social.

Exemplo do que falei: calçada em mau estado e o pedestre dividindo com os mal educados dos carros. Sem contar o lixo

MANAUS - Você  merece uma cidade melhor!

Calçada do lado esquerdo da rua mas pedestre prefere se arriscar na rua. Tem uma com carrinho de bebê para piorar. 

Mais uma vez o calçamento ....sem palavras,  e a sujeira. 

Colchão e saco de lixo dividindo espaço na calçada. Ao fundo um carro sobre a calçada. Pobre do pedestre!

Pode parecer uma crítica pura e simples a Manaus, mas na verdade é um lamento pelo como vivemos e deixamos que cuidem tão mal assim de nossas cidades. O exemplo de Manaus pode muito bem ser visto em várias outras cidades brasileiras. Por ter vivido na cidade é que ficou fácil coletar imagens.

Mais tarde vou postar algo específico do trânsito de Manaus. Algo caótico e sem fiscalização.

De volta ao Rio

               Depois um tempo inativo, um bom tempo diga-se de passagem,  podemos voltar a ativa. Desde que voltei pro Rio acabei relaxando e deixando o blog de lado. Fora o estresse de mudança do início do ano, eu passei a trabalhar numa atividade que me deixa muito pouco tempo em casa. Há muito não viajava tanto a serviço. Por um lado é bom que conheço novos lugares ou vou mais a fundo em lugares conhecidos, por outro lado, falta tempo para fazer minhas coisas (ler um livro, ficar de bobeira na internet, escrever aqui, etc).

                  Algo que notei também quando comecei a escrever este post foi que, apesar das viajens  desse ano, eu praticamente não tirei foto. Às vezes é tanta tralha que levo em viagem a serviço que não tenho a paciência de colocar a máquina, lente e etc junto as minhas coisas. Vou ver se melhoro isso.

           Adaptação ao Rio foi fácil dessa vez. Vindo de Manaus... O Rio é uma cidade que oferece praticamente de tudo, então fica mais fácil. Só o trânsito que é difícil de suportar, a falta de educação que rola aqui não tem como aturar.

              A mudança foi o aquilo, muita tralha jogada fora na saída mas continuamos com muita tralha na chegada. Como acumulamos coisas. Tivemos bastante trabalho com espaço para tanta tralha que temos. Virou um exercício de criatividade muito interessante. Volta e meia rolava um stress básico na discordância de onde colocar algumas coisas, mas isso faz parte da mudança também.

              Eu já havia escrito antes como odeio mudanças, mas essa particularmente foi por demais cansativa. A empresa desmontou tudo, mas tudo mesmo. Até trilho de gaveta/estante eles tiraram. E para piorar, essa empresa que contratei não monta os móveis na chegada ( vão me achar muquirana, sovina, mas a diferença de preço para as tradicionais chegava aos sete mil reais - acredite).

Exceto por um quadro com vidro quebrado, um copo e uma taça, o prejuízo ficou pela montagem dos móveis. Valeu muito a pena.

Arrumando a casa nova (eles, porque eu estou tirando fotos. Muito obrigado amigos).

                       

Foto do meu novo local de tabalho. 

Dois meses no vazio

E lá se vão dois meses sem teto definido. Desde que minha mudança saiu de casa em Manaus, 19 de novembro,  estamos eu e Fê dormindo sempre em locais diferentes. Já não aguento mais ficar longe das minhas coisas (tv, cama, cafeteira,computador, livros e etc).
Temos recebido sempre acolhidas fantásticas, mas a falta do nosso canto já está fazendo efeito. O mal humor antes esporádico, agora é quase uma sombra, está sempre alí, junto, colado.
Mas creio que falta pouco. Pelo menos o trabalho novo está empolgante, e mais, com direito a novas aventuras em breve.